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A real dimensão dos atrasos de pagamentos no Brasil

A real dimensão dos atrasos de pagamentos no Brasil

 

No início da contaminação de COVID-19 no Brasil, momento que ainda consideravam a possibilidade de decretar o isolamento social, nós recebemos a ligação de um repórter de tradicional meio de comunicação, oferecendo uma pauta para a Receiv prever o impacto da pandemia no mercado de crédito e na inadimplência. Declinamos o convite. Os cenários eram totalmente imprevisíveis e havia uma quantidade enorme de “especialistas” com opiniões e previsões em todo lugar. Fomos pragmáticos e, ao contrário de oferecer uma previsão, sugerimos alterar a pauta e discutir a necessidade de as empresas agirem de forma rápida e oferecerem grandes incentivos para antecipação de pagamentos. Nossa sugestão não se mostrou relevante, dado que nada foi publicado a este respeito. Alguém leu algo semelhante em algum lugar?

No último domingo, 19 de abril, alguns meios de comunicação divulgaram que a quantidade de pessoas com atrasos nos pagamentos atingiu 91 milhões no Brasil, um aumento de aproximadamente 46% em 30 dias. O início do mês de março contabilizava 59 milhões de pessoas com atrasos nos pagamentos, de acordo com as reportagens.

Nós estamos lidando com a falta de renda e, principalmente, de perspectivas. Até a aplicação de restritivos cadastrais aos clientes devedores, que normalmente ajudam a reduzir os atrasos, não têm se mostrado eficaz neste período.

Temos acompanhado a evolução dos atrasos de pagamentos no mercado e afirmamos que os números apresentados não dão a real dimensão do problema. Os atrasos de pagamentos são superiores aos capturados nas contagens oficiais, pois boa parte do acompanhamento é feito em operações registradas no sistema financeiro ou reguladores de mercado, como empresas de distribuição de energia elétrica, telefonia e saneamento. Muitos atrasos estão ocorrendo em empresas que concedem prazos para pagamento para facilitar a venda de produtos e serviços com crédito comercial. Tais atrasos de pagamentos já são responsáveis pela mortalidade de um grande número de empresas.

Os atrasos observados atualmente possuem as mesmas justificativas dos atrasos recentes, como desemprego, perda de renda, e problemas de saúde. A diferença é a quantidade de pessoas e empresas afetadas. A manutenção do isolamento social total está alterando profundamente o nível de risco de crédito de todos os agentes econômicos do mercado, impulsionando os atrasos daqueles que, efetivamente, perderam renda e, também, infelizmente, daqueles que precisavam apenas de uma justificativa para não efetuar os pagamentos em dia, solicitando alteração de vencimentos sem a incidência de juros e multa. 

A crise trouxe a necessidade de colocarmos novas lentes para interpretar o problema da inadimplência. Os modelos econométricos aplicados para identificar o nível de risco de crédito e o comportamento de pagamentos de clientes estão se revelando pouco aderentes à realidade atual, uma vez que as séries temporais usadas nos modelos não incorporam choques equivalentes, e não capturam o novo nível de risco dos agentes.

O fim do isolamento social está, aparentemente, distante, e a geração de receita e renda está reduzindo a cada dia, ao menos para a grande maioria. Para as empresas, nunca foi tão importante ter uma ferramenta completa e abrangente no departamento financeiro, que oferece ao time a possibilidade de reagir de forma inteligente, estabelecendo a comunicação ideal a cada cliente.

A solução certa amplia os canais de comunicação, permite ouvir e entender os clientes e redesenhar com facilidade os fluxos de pagamento, com total controle, minimizando o impacto dos atrasos.

A gestão eficiente de recebimentos e da cobrança sempre foi fundamental para o sucesso das empresas e, em choques de mercado como este, ela se torna preponderante para a manutenção das atividades e sobrevivência do negócio. Agora é o momento de ajustar as expectativas sobre os recebimentos e suavizar a taxa de crescimento anual esperada.

 

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